A Reserva Nacional Los Flamencos protege uma rica diversidade de flora e fauna no deserto de Atacama.
A Reserva Nacional Los Flamencos foi criada em 1990 e dividida em sete setores localizados na região de San Pedro do Atacama. Cada um desses setores possua sua de flora, fauna, relevo e hidrografia.
O setor Salar de Tara – Aguas Calientes se localiza ao leste de San Pedro, aproximadamente 5h de viagem. Nele se encontram o salar e lagoa de Tara, o rio Zapaleri, o salar de Aguas Calientes 1 e a Lagoa Negra. Os animais que o habitam são as vicuñas e raposas culpeo, além da flora que se constitui por “tolas de água” e “amaia”.
No Salar de Pujsa, que se encontra um pouco mais ao sul que Tara-Aguas Calientes, também estão os relevos planos ondulados, uma depressão de inter montanha e as montanhas Negro de Pujsa e Balle. A fauna se caracteriza por vizcachas, chululus, flamencos, rheas, condores, tartaranhões-caçadores entre outros.
O setor de Lagoas Miscanti – Miñigues se encontra ao sul do povoado de Socaire e se caracteriza pela beleza das lagoas de mesmo nome, além de uma rica e diversificada flora que se compõe por flamencos, patos juarjual, rheas, tartaranhões-caçadores, corujas tucúqueres entre outros. Possui um relevo montanhoso comporto por montanhas e vulcões, chegando a uma altura máxima de 5.910 metros.
O Salar do Atacama abarca dois setores o Soncor e o Quelana. Possui um relevo plano e salino, a uma altura de 2.300 m. Encontram-se várias espécies de aves como o flamenco. Ganham destaque as lagoas Puilar, chaxas e Barros Negros fazendo parte do sistema hídrico da reserva, e o Cachiyuyo, a brea e gama salada como parte da flora.
Também como parte da reserva está o Vale de la Luna, no qual habitam a raposa chilla e culpeo, além de tartaranhões-caçadores, chercanes, tordo-zornal e outros. A Cordilheira de la Sal é a responsável pela existência deste vale e não há nenhuma fonte de água no setor.
Dados
Localização: O Parque se localiza na Região de Antofagasta. O setor "Tambillo" está 27 km ao sul de San Pedro do Atacama e 1227 km ao noroeste de Calama.
Como Chegar: De Santiago a Antofagasta: acesso por transporte aéreo, terrestre público e privado. De Antofagasta a Calama: via terrestre pública e particular por meio da rota 5 Norte. Vá por essa estrada até a Rota 25, na altura de Carmen Alto, e siga até chegar a Calama. Em Calama conduza em direção ao Sudeste através da Rota 23, até chegar a San Pedro do Atacama. Saia de San Pedro pelo caminho a Tocanao e no quilômetro 33 você vai encontrar a administração do local.
Os meios públicos de locomoção que chegam mais perto à entrada são apenas por agência de viagem.
Quando ir: Todo o ano.
Clima: Devido ao tamanho da reserva, há diferenças climáticas importantes entre os setores. Segundo a classificação de Koeppen (modificada por Fuenzalida) o parque possui três tipos de clima: Desértico Marginal de Altura, Estepe de Altura que vai até 5.200 m e Gelo por Efeito de Altura encontrado acima de 5.200 m. O período de chuvas se concentra entre os meses de dezembro a março e normalmente se associam a tormentas elétricas.
Serviços: Guarda-florsta, informação meio ambiental, vias de acesso.
Infraestrutura e serviços
Administração da área: A administração da Reserva se encontra em Ayllo de Solor próximo ao povoado de San Pedro do Atacama.
Posto de guarda-florestal: Em Toconao.
Centro de Informação Meio Ambiental: Nos arredores da Administração há um Centro de Informação Ambiental. O telefone para contato é: 851 608 e celular 08 248 50 00.
Outros serviços: Infraestrutura para deficientes, trilhas, acampamento, lugares para refeição ou pirquenique, mirantes, locais de pesca.
Atrações
O que ver?:
- O setor do Salar de Tara e a zona nordeste de Aguas Calientes correspondem aos locais mais interessantes para visitar. Além deles, também vale a pena visitar as lagoas Miscanti-Miniques e aproveitar de sua linda paisagem e vida silvestre.
- O Salar do Atacama, dividido nos setores Soncor e Quelana, é um dos locais cuja visita é indispensável, especialmente durante o atardecer e anoitecer.
- O Vale de la Luna, no setor que possui o mesmo nome, é uma depressão de 500 metros de diâmetro e na qual você pode encontrar surpreendentes formas de erosão da Cordilheira de La Sal e a tornaram conhecida e admirada internacionalmente.
- Ao visitar o setor de Tambillo você encontrará o bosque de Tamarugos, lugar de maior destaque deste local.
O que fazer?:
- Excursão: em todos os setores do parque.
- Observação da vida silvestre: em todos os setores do parque.
- Observação e percurso cultura: setores de Tara, Lagoa Miscanti e Miñiques e Vale de la Luna.
Trilhas:
- Trilha La Duna: possui 900 metros e pode ser percorrida em 2h. É uma trilha informal que se estende desde o caminho que atravessa o Vale de La Luna até a colina coberta de areia. É importante que os visitantes não entrem com veículos na base da duna, mas que utilizem a trilha que já existe para isso. Durante o percurso, observam-se formações geológicas únicas no Chile e também as formas de erosão que dão nome ao Vale. Recomenda-se levar muito líquido e protetor solar.
- Trilha Vale de La Luna: é uma trilha que tem de 8 a 12 km e exige 4h de caminhada. É possível percorrê-la de forma paralela ao caminho que atravessa o Vale de La Luna, o que permite observar a beleza da paisagem e as formas de erosão que são o resultado do clima úmido. Recomendam-se roupas que o protejam do vento, muito líquido e protetor solar.
- Trilha de Salar de Tara: por meio desta trilha de 8 a 10 km, você caminhará pela borda norte do Salar de Tara até as proximidades da desembocadura do rio Zapalen. Você encontrará formas de erosão de grande beleza, além da fauna com espécies como flamencos e vicuñas. A caminhada é feita por uma planície que se encontra a 4.300 m de altitude. Devido ao pouco oxigênio no local, é importante manter um ritmo lento e levar agasalho (para alta montanha). No verão, a caminhada deve ser feita durante as primeiras horas da manha já que depois do meio-dia podem haver tormentas elétricas.
- Trilha Sistema Lagunas Miscanti y Miñiques :Tem uma extensão de 8 a 12 km feitos em 3 ou 4 horas. Permite ver a borda das lagoas Miscanti e Miñiques, observando o relevo de cordilheira (vulcões) e as aves como a carqueja de bico manchado, a gaivota andina, caití, blanquillo e principalmente flamenco.
- Grau de dificuldade: as lagoas se encontram a 4.300 metros de altitude e a reduzida presença do oxigênio faz com que o visitante caminhe de forma lenta. Leve sempre agasalho para alta montanha. No verão é recomendável que a caminhada seja feita no período da manhã até às 12h ou 13h pois depois desse horário podem haver tormentas elétricas.
- Trilha Soncor: A caminha pode ser feita por volta de 3h em um percurso de 4 a 5 km. O visitante pode percorrer a ponte San Luis e seus arredores observando as lagoas e fauna, cujos destaquem são o flamenco andino, chileno e de James, o maçarico de bico fino, o caití e a gaivota andina. É muito importante se proteger contra a alta radiação solar e levar bastante líquido.
Patrimônio Natural
Esta reserva se encontra em Loa, região de San Pedro do Atacama. Uma das características é o fato de estar composta por sete setores localizados em diferentes lugares da região. Cada setor possui qualidades distintas em relação ao clima, relevo, hidrografia, flora e fauna.
Salar de Tara-Aguas Calientes:
Situa-se ao leste de San Pedro em plena Cordilheira dos Andes, com uma altura máxima de 4.860 metros de altitude. Nele se encontram inúmeras lagoas, a maior é conhecida como Lagoa de Tara.
As águas deste salar (e provavelmente, por infiltração, de todos os que estão por baixo) provêm do rio Zapaleri que nasce no vulcão de mesmo nome e de inúmeros rios que nascem nos nevados de Poquis. O salar de Aguas Calientes 1, localizado ao sudoeste de Tara recebe águas de esteiros intermitentes que drenam os cerros La Pacana e Aguas Calientes e provavelmente também deve receber águas subterrâneas de Tara. Ao sudoeste se localiza a Lagoa Negra.
As lagoas sustentam a vida da flora e da fauna do lugar. Vicuñas e raposas culpeos, ñandú, perdizes de la Puna e chululos habitam as planínies e colinas.
Enquanto que o flamenco de James, flamenco chileno, caití, gaivota andina, chorlo de la puna, pollito de mar tricolor, pato juarjual, pato jergón, colegial, minero de la puna e o falcão de papo branco moram em várzeas e espelhos d´água. E a vizcacha nos rochedos.
Entre as espécies do reino vegetal, podem-se observar a tola de agua e a tola amaia, que se encontram em terrenos planos e ondulados, assim como nas ladeiras dos vulcoes e monhantas.
Salar de Pujsa:
O relevo se caracteriza pelos planos ondulados, uma depressão de inter montanha e estruturas vulcânicas: a montanha Negro de Pujsa e Balle. A altura máxima do setor é de 4.585 metros de altitude. Neste local existe uma bacia inter montanha que recebe águas dos riachos, Quepiaco e Alitar, ambos de regime pluvio-nival, cujo gasto aumenta duranto o inverno altiplano, nos meses de dezembro a março. Além de apresentar algumas pequenas lagoas no norte do Salar.
Assim como no setor do Salar de Tara-Aguas Calientes, no Pujsa também podemos encontrar a tola de agua e amaia ocupando os terrenos planos e ondulados. Vicuñas, chulos e raposas culpeo se encontram nos rochedos e planícies, respectivamente. As aves encontradas são os flamencos chilenos, flamenco andino e de James, caití, pilrito-comum, chorlo de la puna, gaivota andina e pato juarjual. Eles habitam os espelhos de água, vertentes e rios. O tartaranhão-azulado, tucúqueres, pequenes e condores habotam os rochedos, montanhas e toras.
Setor Lagoas Miscanti e Miñiques:
Caracteriza-se pelos vulcões e relevo montanhoso. A montanha Miñiques chega a 5.910 metros de altitude e o Miscati a 5.622 m. As lagoas se encontram acima de 4 mil metros e em seus arredores se desenvolveram quase as mesmas espécies de aves que no Salar de Pujsa, a exceção do flamenco andino, da gaivota andina, do pollito de mar e do condor. A vicuña, a raposa culpeo e o lauchón orejudo (espécie de rato), são os mamíferos que moram na região.
A Lagoa de Miscanti possui uma forma ovalada e um espelho de 15 km2, dispõe de uma bacia de aproximadamente 250 km2. Esta lagoa se abastece de forma subterrânea e não tem desague. A Lagoa de Miñiques possui um espelho de apenas 1,5 km2 e sua bacia uma superfície de 21 km2. Seu abastecimento é subterrâneo e as águas provêm da Lagoa Miscanti, localizada ao norte.
Setor Soncor e Quelana:
O Salar do Atacama se divide em dois setores: Soncor e Quelana. Estes setores estão formados por algumas lagoas do Salar do Atacama, que se constitui de uma extensa costa salina com lama e barros salinos a uma altura de 2.305 metros. A intensidade da seca permite vê-lo de ponta a ponta.
O setor de Socor se encontra inserido no meio da grande bacia endorréica do Salar do Atacama e apresenta três lagoas interconectadas pelo rio Burro Muerto que nasce em pleno Salar. Estas três lagoas (de norte a sul) são conhecidas como Burro Muerto, Chaxas e Barros Negros. Além disso, também podemos encontrar a lagoa Puilar. Todos estes corpos de água são superficiais (máximo 70 cm) e juntos possuem um espelho de aproximadamente 3 km2.
Mesmo com a aparente impossibilidade de que haja vida nestes lugares, eles são possui diversificadas espécies, como por exemplo o flamenco andino e chileno, a gaivota andina, o chorlo de la puna, o pilrito-comum, o colegial , o pequén, a andorinha de dorso preto e o pollito de mar tricolor. Eles habitam as lagoas, os canais internos e setores ribeirinhos.O setor de Quelana se caracteriza por um conjunto de pequenos corpos lacustres de águas superficiais interconectadas por canais naturais. As águas provêm de 5 riachos intermitentes: Allana, Camar, Cucula, El Toro e Cordonquis.
Nestes setores, a vegetação se encontra nas margens dos corpos de água e é composta por grama saladam brea, cachiyuyo e Ephedra breana.
Setor Vale de la Luna:
É o setor mais conhecido da reserva e nele se encontra a Cordilheira de La Sal, cuja maior altura chega a 2.624 metros. Sua origem se deve a contínuos dobramentos do fundo de um antigo lago de águas baixas que ao se elevar deram origem à cordilheira.
Alguns animais como a raposa chilla e culpeo habitam essa área, além do tartaranhão-azulado, corruíra, tijerales, tordo-zornal, tico-tico e tortolas. A vegetação é composta por grama salada, brea, cachiyuyo, Baccharis petiolata y Frankenia meyenianna,que se encuentram próximoas da área de Tulor.
Existe apenas uma rede hidrográfica antiga que já não funciona, mas é reponsável pela formação dos macro-relevos da área. O rio San Pedro passa na borda sudeste do setor.
Setor de Tambillo
Encontra-se a caminho de Toconao. Esse caminho o atravessa de ponta a ponta e uma parte de sua superfície compõe o Salar do Atacama. Sua principal característica é a existência do tamarugo em bosques e de forma isolada. Existe um bosque de 370 hectares deste arbusto.
Os animais encontrados são o pequenes, a andorinha de costas prestas, o chincol, o falcão perdiguero, a raposa chila e o chululo.
Neste setor quase não há rede de frenagem, existe apenas o riacho de Zapar e outras pequenas fontes como Tambillo e Olar.
Patrimônio cultural
O parque está composto por alguns sítios arqueológicos no setor norte do Salar de Tara e em setores vizinhos às lagoas Miscanti e Miñiques.
É importante ressaltar que o Setor Vale de La Luna, sitio arqueológico Tulor, corresponde a uma aldeia composta por moradias de planta circular e paredes de barro.
Grande parte da aldeia está sepultada por areia, entretanto existe um setor escavado e contínuo a ele, uma réplica das moradias.
Por outro lado, no setor das lagoas Miscanti e Miñiques se praticam atividades de gado tradicionais por parte das comunidades da pré-cordilheira, especialmente em Socaire.
Para mais informacao ingrese no seguinte link. http://www.conaf.cl/parques/reserva-nacional-los-flamencos/
Recomendações
Recomenda-se que os vôos cheguem em Calama durante a manhã para iniciar as atividades programadas sem afetar o itinerário.
O clima é desértico, o que significa que durante todo o ano há uma oscilação térmica muito grande entre o dia e a noite. A temperatura média anual é de 14°C e a mínima é de 3°C .
Muitas das excursões que são feitas incluem a visita a locais que estão no planalto chileno, acima de 3.500 m. Isso significa que as pessoas podem apresentar sintomas desagradáveis. É importante tomar muita água e manter o corpo bem hidratado. Não fazer movimentos bruscos e deixar que o corpo se adapte à altura.
Em San Pedro de Atacama existem poucos caixas eletrônicos. Deve-se considerar que a demanda destes caixas é alta, por isso nem sempre dispõem de dinheiro. Leve algum dinheiro.
O comércio nas zonas rurais abre durante todo o dia, mas fecha entre às 13:00 e às 15:00. É recomendável que você leve dinheiro em pesos chilenos, já que não há possibilidade de pagar com cartões em quiosques e áreas rurais.
Não deixe lixo na praia, parques e nem na via pública. Cuidar da natureza é responsabilidade de todos. Evite multas.