Na costa norte da Região de Atacama encontra-se o Parque Nacional Pan de Açúcar. Caracteriza-se por sua flora e fauna endémica, colônias de pingüinos e restos arqueológicos.
O Parque Nacional Pan de Azúcar, abundante em lugares arqueológicos e históricos, encontra-se localizado em duas regiões, Antofagasta (11.790 hectares) e Atacama (32.964 hectares). Além disso, também é formado pela Ilha Pan de Azúcar (110 hectares), pelas ilhotas Las Chatas e por rochas em sua superfície conhecidas como Las Mariposas. Sua flora e fauna são bastante ricas, sendo a colônia de pinguins Humboldt um dos principais destaques da ilha Pan de Azúcar.
Para se alojar, você deve ir às cidades mais próximas, Copiapó e Caldera, que contam com hotéis e aeroportos. Visite nossa sessão de passagens aéreas para consultar o preço dos voos. Além disso, é recomendável alugar um carro para chegar ao Pan de Azúcar.
Localizaçã: O parque se localiza na região do Atacama a 194 km do norte de Copiapó e a 30 km do sul de Chañaral.
Só é permitido entrar no parque com veículos particulares ou com transportes específicos que fazem o roteiro turístico.
Quando ir: Todo o ano.
Clima: O clima que predomina na região é o mediterrâneo, atenuado principalmente pela proximidade com o mar e pela influência das neblinas costeiras. Durante o verão faz muito calor e a temperatura média anual é de 13,8°C. Chove durante os meses de inverno, e é comum encontrar neve nas montanhas mais altas.
Serviços
O parque oferece alojamento, locais para alimentação, transporte e vias de acesso. Possui também cabanas completamente equipadas e o parque também conta com 53 lugares para camping.
Infraestrutura e Serviços Parque Nacional Pan de Azúcar
Entrada Principal: a entrada se localiza na parte sul do parque para quem vem da cidade de Chañaral. O visitante deve se registrar e estar ciente das normas do parque antes entrar.
Administração e Centro de Informação Ambiental: a administração do parque se encontra na Praia Piqueros, em frente à ilha Pan de Azúcar, a 29 km do Porto de Chañaral e a 10 km do portão de entrada. No mesmo local também se localiza o Centro de Informação Ambiental (CIA), onde você encontrará uma sala com mostras e painéis informativos e interpretativos do parque, além de informação digital e multimídia dos diferentes ecossistemas, flora e fauna que habitam a região.
Cactário: consiste numa instalação de educação ambiental, na qual é possível observar mostras dos ecossistemas existentes no parque, como as espécies de cactos. O cactário possui trilhas de acesso para pessoas com deficiência física e painéis de informação ambiental.
Sala de Bate-Papo: local onde os guardas-florestais realizam sessões de bate-papo sobre educação ambiental para os visitantes, com o apoio de imagens e vídeos do parque. Localiza-se no setor de Caleta Pan de Azúcar.
Posto Guarda-Florestal - Las Lomitas: posto de controle e proteção localizado em Las Lomitas. O objetivo desses postos é proteger, prevenir e informar os visitantes que chegam ao parque.
Atrações Parque Nacional Pan de Azúcar
O que ver?: Veja os principais lugares turísticos do parque:
- Las Lomitas: setor localizado entre o penhasco costeiro (700 metros de altitude) e a 30 km do Centro de Informação Ambiental. O caminho de acesso até Las Lomitas é feito por uma trilha autointerpretativa. Durante a trilha é possível observar a flora e se deparar com as camanchas (neblinas costeiras), além de poder encontrar grande parte da fauna continental.
- Mirante Pan de Azúcar: encontra-se a 10 km do Centro de Informação Ambiental. Nele, você pode apreciar uma impressionante vista panorâmica da Ilha de Pan de Azúcar e seus arredores.
- Ilha Pan de Azúcar: localizada a 2 km da Costa do Parque, o visitante pode contorná-la alugando um bote dos pescadores que moram em Caleta Pan de Azúcar. É possível encontrar o Pinguim de Humboldt, lobos marinhos e outras aves costeiras.
- Centro de Informação Ambiental: Neste centro existe um cactário, no qual se encontra a maioria das cactáceas do lugar. Além disso, é o lugar onde você poderá entrar em contato com os guardas-florestais.
- Desembocadura do rio El Castillo: localizada no acostamento do caminho C-110, possibilita ao visitante ver populações de cactos, conhecidas como copiapoas. Às vezes, também é possível ver bandos de guanacos próximos à costa.
- Aguada Quinchihue: Neste setor é possível observar a vegetação natural, adaptada a águas salubres, como a gramínea Dystychlis spicata.
Trilhas
- Trilha Mirador: essa trilha tem início no Centro de Informação Ambiental e vai até o setor El Mirador.
- Trilha veicular Las Lomitas: tem início no Centro de Informação Ambiental e vai até o setor Las Lomitas. O percurso tem uma extensão total (ida e volta) de 60 km e para realizá-lo, é necessário pedir uma autorização na administração do parque.
- Trilha Aguada Los Sapos: vai desde a bifurcação da rota C-112 até o local denominado Aguada de Los Sapos. Sua extensão é de 4 km (ida e volta).
- Trilha Quebrada del Castillo: localiza-se próxima à Playa Blanca e vai até o interior do parque. Durante o percurso é possível avistar cactáceas e guanacos. Para realizá-la, é necessário pedir uma autorização na Administração do parque.
Patrimônio natural Parque Nacional Pan de Azúcar
Geomorfologia: O parque pode ser divido em três unidades geomorfológicas:
- Farellón Costero (penhasco consteiro): possui uma altura máxima de 800 metros e um mirante marinho de até 3 km de amplitude.
- Riachos que desembocam no mar, estes esteiros podem ser de alta potencialidade. Outros importantes rios com essas características são o Esmeralda e o Cachina.
- A Cordilheira da costa: seu terreno possui características descontínuas e imprecisas, com elevações que chegam no máximo a 800 metros. O aparecimento da Ilha Pan de Azúcar se deu pelo resultado da erosão do setor costeiro. Ela se localiza bem próximo à costa. Além disso, existem outras ilhas de menor tamanho e afloramentos rochosos.
Flora:
A flora do Parque Nacional Pan de Azúcar se caracteriza por mais de 20 espécies adaptadas à falta de água, conhecidas como xerófitas. Os principais destaques são as cactáceas columnares e globosas. O que aumenta a possibilidade de encontrar maior diversidade e quantidade de vegetação nesse setor é a presença de neblinas costeiras (camanchacas).
Plantas endêmicas: O parque é composto primordialmente por vegetação endêmica, como por exemplo, elementos da família das cactáceas, com mais de 18 espécies, algumas das quais formam comunidades quase puras, como a Grandiflora, Copiapoa columna alba, Copiapoa longistaminea e Copiapoa lauii.
Segundo o Libro Rojo de la Flora Nativa da região do Atacama, há 11 espécies que se encontram em dificuldade de conservação, sendo que 4 figuram na categoria de Vulneráveis e 7 em Perigo.
Em Perigo:
- Chagual del Jote (Deuterocohnia chrysantha)
- Sandillón (Eriosyce rodentiophila)
- Monte amarillo (Gutierrezia taltalensis)
- Palo negro (Heliotropium inconspiccum)
- Palo negro (Heliotropium philippianum)
- Parafina (Oxyphyllum ulicinum)
- Chagual dulce (Puya boliviensis)
Vulneráveis:
- Copiapoa (Copiapoa cinerascens)
- Copiapoa (Copiapoa cinerea)
- Pirqún (Anisomeria littoralis)
- Quinchamalí (Quinchamalium carnosum)
Fonte: Libro Rojo de la Flora Nativa y de los Sitios Prioritarios para su Conservación: Región de Atacama.
Fauna:
Ao visitar o parque, você encontrará dois ambientes, marinho e terrestre, e uma diversa e abundante fauna. Entre os animais marinhos estão a nutria do mar e o leão-marinho. Na costa, é possível encontrar uma grande quantidade de aves, como gaivotas, trinta réis de bico vermelho, pelicanos, yuncos, corvo marinho de faces brancas, tarambola-dourada, pilrito-comum, pilpilenes e o pinguim de Humboldt. Já os animais continentais que recebem maior destaque são guanacos e raposas. Por fim, entre as aves estão as águias, o tartaranhão-azulado,os condores, o falcão americano, o gaúcho de cara suja, a corruíra, a andorinha, o cometocino, as turcas e muitas outras.
Aves: As aves compõem os elementos mais importantes do ecossistema terrestre e marinho e sua presença depende de diversas circunstancias ecológicas. Estas circunstâncias podem ser de migrações ou eventos catastróficos naturais como o efeito el niño ou secas prolongadas.
- Pinguim de Humboldt: O Pinguim de Humboldt é uma espécie endêmica e considerada uma das jóias do Parque Nacional. Sua população se concentra na Ilha de Pan de Azúcar, sendo uma das mais importantes da região do Atacama. Dentre suas principais características, podemos destacar duas temporadas de nidificação, na qual normalmente incubam dois ovos. Além disso, são considerados excelentes nadadores, porém não podem voar. Sua dieta consiste basicamente de sardinhas e anchovas e se alimentam em locais que estão próximos à praia. No parque Pan de Azúcar esta colônia de pinguins possui variações populacionais, devido principalmente a fenômenos naturais. A média durante a temporada Outono/Inverno é de 2.000 adultos.
- Pato Yunco: Espécie endêmica da corrente de Humboldt, vive quase que exclusivamente no mar. O pato Yunco é uma espécie pequena que se encontra em ameaça de extinção. Apresenta um bico curto e amassado na ponta. As asas são pequenas, largas na base e pontiagudas nas extremidades. Em suas patas há membranas interdigitais e o dedo posterior é rudimentar. Possui uma coloração cinza azulada na parte superior do rosto e cinza esbranquiçada na parte inferior. Seu voo é mais parecido a um pulo que termina em um mergulho. Sua alimentação principal consiste em pequenos crustáceos e peixes. Botam apenas um ovo, cuja abertura se dá depois de 32 ou 36 dias.
Mamíferos:
- Guanaco: O guanaco é um animal silvestre, muito semelhante à llama. O tamanho dos adultos é de 1,2 a 1,75 metros, contando cabeça e corpo. A altura do ombro é de 90 cm a 1 metro. Seu peso varia entre 48 e 140kg entre as 4 sub-espécies. Possui uma pelagem curta de textura fina e lanosa, cuja cor é marrom claro com tonalidades pretas na cabeça. A área dos lábios, das orelhas, a parte inferior do corpo e a parte interna das pernas apresenta coloração esbranquiçada. O pelo pesa uns 450 gramas e se divide em duas partes, uma com fibras grossas e gordurosas que protegem o animal e representam 20% do total, e outra com pelos muito finos. O guanaco também é um animal que vive em bandos como os: Grupos Familiares polígamos, Tropillas de Machos, Machos Solitarios. Ao pastar, prefere comer o que encontra primeiro, mas também pode se alimentar de raízes e talos subterrâneos e beber água do mar. Os grupos se comportam de maneira sedentária se há alimento disponível, caso contrário saem em busca dele. A população de guanacos diminuiu nos últimos anos, segundo os censos realizados, restando de 30 a 60 indivíduos distribuídos em todo o território continental do Parque.
Patrimônio Histórico
Período Pré-Hispânico: A área litorânea do parque oferece muitas evidências da presença de caçadores e pescadores nômades que estiveram no local há aproximadamente 8.000 anos. Essas evidências são principalmente pelo descobrimento de cemitérios e cavernas de residência temporárias. Também foram encontrados artefatos de lítio como pontas de projétil, instrumentos para raspar, pequenas hastes metálicas que ao bater numa cápsula a inflama, instrumentos de osso e, inclusive, alguns de cerâmica. Infelizmente muitos lugares foram roubados antes da criação do Parque.
Período Histórico: Neste setor podemos encontrar muitas evidências históricas do desenvolvimento costeiro da região, principalmente no que se refere à troca de cultura das populações indígenas, à mineraria da cordilheira da costa, à guerra do pacífico e à história de assentamento costeiro do Pan de Azúcar. O desenvolvimento dos indígenas costeiros, conhecidos como Carrizalillo, continuou durante a colônia. Eles passaram por um processo de dominação cultural pela população espanhola, até desaparecerem durante a segunda metade do século XX. Durante a segunda metade do século XIX, descobriu-se a mina de cobre de Carrizalillo e a partir de então deu-se início à sua exploração. Para fomentar o desenvolvimento, construiu-se o porto de San San José de Pan de azúcar. Hoje, restam apenas os cimentos de casas e bodegas, restos de uma fundição e de instalações que existiram nos locais onde havia água potável em Quinchihue, onde as caravanas paravam para levar água mineral.
Gastronomia
A cozinha no norte do Chile é caracterizada por uma variedade de legumes e cereais, devido ao clima árido. Dentro os ingredientes mais comuns são a quinoa, um grampo na cultura Inca, também é a batata, cenoura e várias frutas tropicais como manga, maracujá e goiaba.
Entre os pratos típicos são alpaca assado cozido na lenha, chuño, que é uma sopa feita de carne de alpaca batata, cebola, trigo e outros vegetais. Na área costera podem- se achar todo tipo de frutos do mar e peixes para fazer diferentes preparaçoes.
Mais ao norte temu m doce típico, o chumbeque que é feito de farinha, manteiga e jaleia de de laranja, manga, maracujá e outras frutas. Também tem os pululos, que são uma espécie de arroz muito comum no extremo norte.
How to go
- Avião: Desde Santiago até Copiapó.
- Bus: Desde Santiago até Copiapó/Caldera.
- Tour: Desde Copiapó/Caldera até o Parque Nacional Pan de Azúcar.
Para mais informação sobre preços ingrese no seguinte link: http://www.conaf.cl/parques/parque-nacional-pan-de-azucar/
Recomendações
O clima é desértico, o que significa que durante todo o ano há uma oscilação térmica muito grande entre o dia e a noite. A temperatura média anual é de 14°C e a mínima é de 3°C .
O comércio nas zonas rurais abre durante todo o dia, mas fecha entre às 13:00 e às 15:00. É recomendável que você leve dinheiro em pesos chilenos, já que não há possibilidade de pagar com cartões em quiosques e áreas rurais.
Não deixe lixo na praia, parques e nem na via pública. Cuidar da natureza é responsabilidade de todos. Evite multas.